Na estação, os vagões correm
– trens partem toda hora –
Meus olhos cansados
padecem da incredulidade fresca
dos dias sem noite,
E se trancam, como ouro
em séculos de escavação desencontrado.
[Longe daquilo que era,
Agora sou o desejo
de ser]
Esse trem não guarda
rancores,
apenas se move sem sentido
que não seja humano.
e eu, dentro dele,
entendo suas imperfeições,
lembro do maquinista e da máquina,
acaricio o veludo vestido dos bancos
e a rugosidade branda do aço,
realmente o amo porque me faz sair
de longe de ti,
ter o sonhar
como sul,
transvoar o abismo. . . .
E de lá, donde vou,
torno olhos abertos
e peito liquefeito
aquele bólido sem vida.
Menos pálida
essa gigantesca força,
mais meus pés
e meus sins.
Um comentário:
Bonito é pouco, é emocionante.
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