02/07/2012

linha


Horizontes são sempre horizontes.
Nada os faz mais belos que os olhos de quem nunca está lá.
Os mesmos desiguais,
límpidos,
tempestuosos,
os ainda possíveis
que arrancam da hora
sua agonia materna.
São horizontes
e se constroem
pelo deixar ir de nós
tão insistente,
planos mil imaginam seu belo limítrofe.

Os olhos, cansados
de abrigar tamanha perfeição,
querem ser leves e plenos
- como os horizontes -
serem em si o vento e as nuvens,
o sol e a batalha.

Mais belos são os horizontes
porque circunscrevem
poemas de luz

Um comentário:

Fabi disse...

Léo, achei lindo! Esse horizonte melancólico só pode ser um poema de luz...