19/08/2009

um chefe de posto na aldeia

acordo na aldeia
com minha metade-inverno
em chamas

miro a fresta da taipoca
e pressinto um sol,
não tão faiscado
quanto minhas entranhas

(quero meu governo sem poder)

visto sem razão um pano
e sento no pátio
assumindo escuta serena

horizontalizo-me

(e lido com a tensão de ser e exercer)

3 comentários:

Anônimo disse...

Que bom que postou de novo, Vitor!Gostei muito da expressão "horizontalizo-me": ela me pareceu mesclar "horizontal" com "horizonte" e resulta em um sentido sintético, muito preciso e profundo de contemplação, meditação, sentimento vital. Uma percepção do espaço ao redor do sujeito que se estende até o céu, tudo em apenas uma palavra. Um grande abraço! Eiliko

Fabi disse...

Concordo com o Eiliko, na hora que li me agradou muito essa sua palavra, me agradou mais ver uma poesia nova sua aqui. Gostei muito.

Anônimo disse...

Finalmente nosso enviado às terras indígenas deu as caras! Brincadeira, vítor, vc faz falta aqui, cara! tanto pela poesia quanto pela companhia. Apareça e quando vier, APAREÇA!

abs

menezes