velhos desconhecidos
amanheço ao lado deste homem,
gentil desconhecido, que desbrava
meus cotidianos tempestivos sem
compreender ao certo o que ontem
deu em mim.
a cada manhã, ele finca estes olhos
que nunca vi nestes olhos que nunca
foram meus. e cultiva nossas memórias
no corpo ressentido desta presença anciã
que brota na gente.
há tanta certeza nas dúvidas avivadas
por nós dois, que cada inquietude sugere
verdades conquistadas pelos caminhos.
este homem, da voz mais mansa que ouvi,
me cala de tanto amor.
4 comentários:
Grande sensibilidade e expressão, como sempre.
eiliko
Achei interessante as letras iniciais serem minúsculas com os pontos ao final das falas.
Também esta sua descrição tão bela dos sentidos aguçados pelos encontros das almas amorosas.
Além do final arrebatador!!
Ops, comentário anterior da Bic!
Realmente, como foi escrito acima, parece que você escreve com grande sensibilidade e expressão.
Verus.
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