13/04/2008

Tenho a noite sem sonhos
Nesta vastidão de universo em pele.
Visto de mãos o infinito
E dou imagem às estrelas,
Por que em mim existe bem mais que sangue nas veias.
Tenho o céu sem lua na alma,
Sou eu que dou voz ao branco do papel
E é em silêncio que nele grito.
Um silêncio tão alto, tão estridente,
Que ensurdece a poesia
E aviva o mundo.
(Fabi)

4 comentários:

Vitor Aratanha disse...

uau! meio grande espetáculo esse poema... parece que ele reune toda o poder da poesia de movimentar o mundo... e claro, com o seu toque peculiar né Fabi, no qual as referências sempre partem diretamente de vc, na primeira pessoa... adorei! =D besitos!

Anônimo disse...

Realmente, "ensurdecer a poesia e avivar o mundo" é o que toda grande poesia pretende. Algumas, na forma como são estruturadas, outras no conteúdo que carregam, o que acaba, geralmente, sendo a mesma coisa. Adorei "Sou eu que dou voz ao branco do papel e é em silêncio que nele grito." Penso a mesma coisa sobre a poesia: um grito silencioso que macula a virgindade do papel, e o brilho do que é escrito muitas vezes vem do brilho que só um olhar de dentro da escuridão permite: "tenho o céu sem lua na alma" Eu também tenho e acredito que todos aqueles que são artistas, poetas ou não.
menezes

Anônimo disse...

lindo e singulAR.

Anônimo disse...

Achei que o poema reúne algumas coisas muito boas, imagens inventivas, intrigantes, espectrais... e dois clichês: "Por que em mim existe bem mais que sangue nas veias" e "Um silêncio tão alto, tão estridente". Mas os clichês estão envolvidos em um aproveitamento tão propriamente poético deles mesmos que eles próprios se redimem. Acho que a Fabi segue o caminho certo.