13/02/2008

Good intergalactic trip!

Discos Voadores

Discos voadores não existem.
Raios sugadores q’empinam os órgãos, eriçam os pêlos enganchando-se na pele
existem sob determinadas perspectivas:
alienígena é um branco caiado que reveste os corrimões dos salões,
[salas, saletas, caixas de papel, caixas de fósforo, esculturas de palito [de dente.
Alienígenas de palito de dente existem mais que pires voadores, que
[estão girando no plasma que dá ligadura (que nem nas massas mais [pesadas) quando tentamos atravessar o Estreito de Bering da nossa [mente quase real e o quase falso panorama das coisas sólidas [cheiráveis de vez em quando perceptíveis via utilização de aparelhos [como o contador Geiger.
O disco voador é verdade que se visto empinado lembra uma vagina, o
[que desde já sugere qual o real interesse desses visitantes.
O Sol sempre me pareceu ser o disco voador mais amarelo.
A telepatia é o enganchamento dos corações sólidos das massas
[ectoplasmáticas dos princípios de incerteza – fundem-se coisas [como saco cheio ciúmes e torrentes de libido adormecida.
Muito usada para adormecer necessidades projetos de vida razões de
[estar-no-mundo consciências do seu-papel-no-universo.
Logicamente, só existe em mentes como a do Peter Pan e a minha.
O espaço é um local que paga pedágio à desexistência.
Acho que estes aliens vêm das peles rugosas, dos tijolos
[acinzentados, das águas densas do mar negro.
Um pirulito é um disco voador.
A luz desescurece céus cheios de nuvens sedentárias na iminência de [explodir.
Emitem raios de flores, paralisadores desenroscam libidos, praticam
[acupunturas de delícias do oriente da galáxia de 300 bilhões de estrelas.
Amansam-nos com suas peles alvas que rasgam como toque de uma
[música barroca, um espirro, um pequeno escarro.
Um homem bruto ruidoso peidorrento (a barba por fazer daquele jeito
[laminoso) exala um odor de maçã verde e flores de jasmin.
O coração dos aliens, recoberto por uma película de proteína
[comestível, só pode bater 300 vezes, aí bum.
Quero dominar o mundo.
Mundo de cores que eu quero que sejam pálidas; de humor que eu [quero que seja alcatrão.
Esferas no espaço são buracos de congregação, desafios de
[anti-desistência, focos de motins do salto do nada para o nada cintilante.
Mundos são a superfície vitral logo atrás das pupilas.
Eu (não) quero acreditar.


Ciro I. Marcondes

3 comentários:

Bic disse...

Nossa, que viagem!!! Gostei muito das rimas, das composições florístico aromáticas e a estória é uma viagem muito bem composta com começo meio e fim, mesmo que de certa forma escalafobética.
Massa Ciro

B.

Fabi disse...

Meu Deus!!
Quase não dei conta de acompanhar!!hehehe
Que viagem doida, mas rendeu uma poesia, isso já tá valendo.

Vitor Aratanha disse...

nossa, viagem mesmo! gostei muito do penúltimo verso "mundos são a superfície vitral logo atrás das pupilas", me fez pensar nas concepções distorcidas, ou retorcidas, de mundo, de visão, do perceber as coisas no mundo... o vitral me remeteu a idéia de simulacro, viajei?
gostei.

cara, valeu pelos comentários...
não sei se o alumbrar-se é sobre sonho... minha busca foi como a sua, esse momento de fechar os olhos antes de dormir... a neurose é que minha cabeça anda fervilhando demais nos últimos tempos,hehe.

e sobre a invisibilidade urbana, não sei se o que te incomodou foi a falta dos espaços (causado por algum erro na postagem) o poema tem um rítmo, uma lógica de ser. Não gosto de escrever prosa sobre coisa muito séria, tô acostumado a escrever sobre temas assim em texto acadêmico, se faço prosa, fico chato, já tentei, não deu certo, admito a insuficiência, talvez eu não consiga ainda não misturar o lugar e os sentido dos escritos...com a poesia me distancio mais, e minha busca no verso é outra, é a síntese (muito difícil as vezes), é perturbar sem dar muito trabalho. Considero que fui feliz nesse poema, mesmo que isso possa parecer irônico... =P

abraço
Vitor