apago as luzes
fomento o quieto
pensamentos me voam
feixes reluzentes me desproporcionam
caio no súbito querer onírico
e persiste uma manhã-pingado
assim,
constrangindo o caminhar de lados
e atormentando cabeça intensiva,
infrinjo meu bem-estar
em nome de alumbramentos recalcados.
Vitor Aratanha
2 comentários:
Agora sim!!
A poesia inteira!
Vitor, o seu poema me lembrou um meu bem antigo, no qual eu também examinava o estado onírico. Meu objetivo era mais presentificar a sensação dinâmica da passagem do estado de vigília para o de sono. O seu já possui nuances mais psicológicas, meio neuróticas, heheh. Gostei.
Aí vai o meu:
O SONHO
Baixo as pálpebras e movo-me por dentro.
Quando a luz é negada,
acendo minhas velas interiores de incenso,
e acho que nunca pararei de viver
a esfuziante manifestação que engrena minhas maquiagens.
Em instantes, não há mais cama, televisão, Sol e Lua.
Em instantes, não há mais braços, vento e cabelos.
Aos poucos, reconstruo meu mundo (diariamente),
e tudo o que me cerca se transforma em éter.
Em instantes, sou só pensamento.
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