04/12/2009

Caos

Trago um sorriso pra tardes como esta
Em que duro tempo demais.
Não convém abrir mão de gestos habituais
Acender cigarros,
Trocar o canal da televisão.
Tem-se que viver,
É mais fácil manter um olhar calmo
E disfarçar o caos.
De qualquer maneira
É necessário soltar frases feitas:
Bom dia, boa noite,
Obrigada.
Ninguém repara
Se você sorrir
E repetir a cartilha.
Se passar rápido a gente se convence,
Se demorar
A gente dorme.

5 comentários:

Anônimo disse...

Fabiana, a poeta da indiscritível beleza do tédio. Vc é das poucas que consegue tirar suco dessa matéria tão vivida e tão falada (embora quase sempre de forma piegas. Com vc não, é diferente. vc carrrega na bolsa um torno imenso e pesado que você sempre solta como uma borboleta, leve, colorida, melancólica.

Continue assim, vate das tristezas do dia-a-dia.

Menezes

Léo Tavares disse...

agrada-me a oscilação do final, nem muito confiante, nem tão pessimista. algo assim, repleto daquele cansaço proveniente do tédio, das frustrações e principalmente de toda uma rotina de teatro social a que estamos presos.
muito bom.

Léo Tavares disse...

agrada-me a oscilação do final, nem muito confiante, nem tão pessimista. algo assim, repleto daquele cansaço proveniente do tédio, das frustrações e principalmente de toda uma rotina de teatro social a que estamos presos.
muito bom.

Priscila Lopes disse...

gostoso, sem pretensão de reinventar a roda; e mantém depois que acaba; não termina ali.

Bic disse...

Fabiana


A vida é uma escola

Essa cartilha a gente também escreve

o Leo descreveu super bem essa sua condição crítica no tédio, nessa melancolia de menina, linda

sem pontos finais

digestórias estórias vicerais

Ah
é porque
mesmo eu

em minha carrancuda contação de estórias

adoro o desafio dos bons dias

dos obrigadas

dos boa noites

e o desafio de sorrir
ah
de acordar e de dormir

...

amo
sinceramente
a diversidade
deste grupo


Beijos
Bic