05/10/2009

DESPEDIDA

Ó gentil dama dos olhos carmelitas,
lábios de fruto proibido
dar-te-ia o abraço da morte infinita,
aos suspiros mais amargos cantaria
em teus braços seria eu,
mais uma alma esperançosa

quisera, tão ampla quanto o negrume da noite em melodia,
teu corpo divagando em flores e perfumes
dourando-se em tormentas desmedidas
em perdições que o tempo desconhece

quisera eu tê-la sob a mão desfalecente
amalgamada em meu peito
como um voraz aceno de despedida

Ó amada, o sorriso me falta
mas quando em sonho tu me encontras
minhas asas abrem-se em forma de coração
e à ti, uma música dedico em silêncio
e me pergunto:
por que foste embora sem saudar-me com teu sopro de fúria e de meiguice?

Ó dama que me conduz à perdição
a bailar de braços dados, emaranhamo-nos como os selvagens
sob os lençois de carmim
e anelos de alecrim

Ó fidalga,
que me impregnou em noite de maldição
com teus seios e teus lábios róseos,
por onda andas se já não sei onde estou?

ó minha libertina,
a lira não mais me pertence
mas guardo em meu corpo
o sêmem que agora já me é inexistente.


(kybelle de oliveira)

3 comentários:

Anônimo disse...

KIbelle

Poema forte, de amor, muito belo!

Bic

Anônimo disse...

Cadê você, Kibelle?

Unknown disse...

ué, eu tô aqui.