04/10/2009

Medo da luz acesa

Se entregava em sacrifício para provar ao mundo a absoluta falta de sentido do fazer parte.
Sentia um misto de tédio e prazer quando, por repetidas vezes, lhe faziam a mesma pergunta desinteressada:
"Por onde você anda?"
Permanecia no oculto.
Quando a criança desconfiada vinha à tona, se escondia n'algum canto, olhos por detrás das páginas de um livro.
Sozinha, sentia falta de vida. Misturada, sentia saudade da solidão. Era nalgum estágio intermediário que se aceitava, mas não sem luta.
Reclamavam que falava pouco. Mal sabiam dos vulcões que aguentava explodirem no peito a cada mudança de cenário.

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