24/07/2009

Um pouco

A regra é sempre deixar um resto
no copo para servir aos bêbados
que não tem mais onde embriagar-se.
O quase fim é o leve prazer
de saber que outros terão um pouco
do tremendo gozo que nos assola.
Lembrei disso porque é comum esquecer,
não os bêbados, nem o pouco,
mas o prazer...


Menezes

7 comentários:

Nexo Grupal disse...

que papo de bêbado, léo...
:)
solidão de noites fugidias.

kybelle.

Ciro disse...

O que achei maneiro é a consciência do "quase fim", uma apreensão do tempo, do momento, perceber um estágio intermediário, a gradação, a sutileza. E essa transferência de escaladas de gozo, de prazer, de embriaguez, numa poética tentativa de quantificação... ótima ideia.

O problema é que o poema está claramente em construção. Os últimos versos ficaram prosaicos demais, um pouco didáticas sem a ironia usual... ajeita isso aí!

Fabi disse...

É Léo, o Ciro tem razão, essa poesia não parece acabada.

Léo Tavares disse...

eu acho que ela pareceria finalizada se terminasse no verso "do tremendo gozo que nos assola."
teria dito tudo o que o a última parte diz diretamente.

Anônimo disse...

eu gosto do último verso, acho que bem absorvido ele diz muito. É fácil esquecer o prazer...

Anônimo disse...

E o prazer é aquele que a gente sente quando deixa um resto p alguém.

Priscila Lopes disse...

Ótimo, teu texto.