24/01/2009

encalço

você vem, azucrina meus grilos,
me desperta sigilos,
põe salto em meus finos
desejos marfim.

e tropeço na esquina,
adormeço nos becos
da cidade azul,
azul, verde, ardente,
secura, sem fim.

sinuosa desora...
madrugadas de outrora:
boca arfante, minha mão
quente. as tuas, em mim.

pelas ruas, saudades.
tranco a porta, invades:
são teus ecos zumbindo
e zombando de nós.
ai, de mim!

que me perco em tolices,
atravanco pieguices...
são saudades!
Tolices! pois bem sei
que é pra sempre
o vazio.

amanhece lá fora. mudo os móveis.
vá embora! da janela aberta,
vejo a sombra da distância
que um dia nos uniu.

Um comentário:

Fabi disse...

Nanda, adorei a poesia, adorei o novo visual do blog.
bjos