29/11/2008

Cratera

Se na cratera do olho ao menos
Se pronunciasse uma gota de luz
E eu pudesse encontrar talvez
Aquela velha lágrima
Não do adeus
Mas do primeiro encontro
Se ainda restos de palavras
Mesmo trituradas, sussurradas
Nas curvas sem exceção
De uma noite ou de um dia qualquer
Ou se na esfera doce do teu seio
Se avermelhasse a tarde só para mim
Quem sabe eu não cuspisse agora
o fogo desse momento
Invadido por sombras nuas
A se estender pelos corredores
e arredores de frases
Sangradas, balbuciadas e jogadas ao chão
Como numa luta
Que chegasse ao fim...

Adeilton Lima

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bonito, adeilton. Eiliko

nanda barreto disse...

uh
au.
lendo este poema, as palavras me vieram cheias de imagens em cores fortes e vivas.
como uma animação: a luz na gota da lágrima caindo num caldeirão azul de palavras em preto em branco, trituradas, que saem voando nas curvas de uma noite qualquer até pousarem delicadamente sobre o seio que explode a tarde em vermelho e...
nossa!
adorei!
tá lindo adê!

Fabi disse...

Reencontrar a primeira emoção, o motivo.
Que linda essa sua poesia Adeilton.
Adorei!