Mundo distante,
onde nada se move,
nem os carros, as árvores, os bichos,
as crianças, nada...
Arbítrio do tempo...
Casas manchadas de tijolos.
O adobe esconde o mecanismo da enfermidade.
Mas eles sorriem,
vendo outro mundo passar,
indo de um lugar ao outro
gastar seus sonhos
em razão do progresso.
E ainda que esteja distante,
esse mundo é o meu lado construído,
do qual observo e entendo o meu mundo
verdadeiro e primitivo,
e me perco, na miopia do desejo,
a perseguir as cores fulgurantes que incendeiam
a aliança naufragada destes dias...
Léo Menezes
*Poema de fins de 2006, publicado aqui para dialogar (de alguma maneira) com os poemas da fabi e da Bárbara. No modo de representar o outro.
4 comentários:
Tá. Não é a tua melhor poesia, mas eu gostei!
Isso de "Casas manchadas de tijolos", é muito bonito.
Era só pra dialogar com a forma de ver o outro. Vou até retirar o poema daqui um tempo.
Mundo distante
onde nada se move
nem os carros as árvores os bichos
as crianças nada
Casas manchadas de tijolo
E me perco na miopia do desejo
a perseguir as cores fulgurantes que incendeiam a aliança naufragada destes dias
Gostei do corte do anônimo.
E adorei esse lance d'ôce e da Bárbara dialogarem, com poemas, com poemas.
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