me compra um mundo
onde todo mundo
goste de jambo
onde eu não precise
saber qual chave
abre a minha porta
porque não se tranca
esse outro mundo
[eu procuro
anúncios
da nova era
encontro apenas
aluguel de céu
pra depois daqui]
me vende um tempo
fiado
é que o pagamento
só sai no aniversário
até lá preciso de tanto
roupa sapato tomate martelo
e aquele antialérgico genérico
pro caso de um piripaque
parcela em cinco vezes
a vontade do que não se é
pra ver se, farsante
consigo me dividir
a perder de vista
e assim
aos pedaços
com juros de cem por cento ao mês
não haverá fome
saudade sono estupidez
capaz de me roubar
a paz atômica
de existir
só.
Carô Pedreira
7 comentários:
No Nepal existe uma praça
onde fica um monte de dinheiro
e quem precisa tira o que precisa
e quem ganha bota lá de novo
e lá não tem problema financeiro
e o povo é sempre muito ordeiro
No Nepal tudo é barato
No Nepal tudo é muito barato
No Nepal tudo é barato
No Nepal tudo é muito barato
No Nepal a juventudo canta
e cultiva flores de outras terras
pinta o corpo de todas as cores
e procura sempre as coisas certas
No Nepal o casamento é livre
e os sinais nas ruas sempre aberto
No Nepal tudo é barato
No Nepal tudo é muito barato
No Nepal tudo é barato
No Nepal tudo é muito barato
No Nepal o ar é cristalino
e a verdade vem dentro dos ventos
e o carinho rende juros fortes
e o povo vive só de renda
Te convido companheira amada
a fugir para o Nepal comigo
Lindas poesias!
E casaram bem.
Eu adorei a da Carô desde o encontro, achei uma das melhores da noite.
E essa aí de cima é de quem?
Vou chutar, Mateus?
Bjos
me parece que é do Ciro....
(Maíra)
Comprar aquilo que não tem preço, ironia dos sentidos...
a paz, atômica, é negação daquilo que significa a própria palavra. Que paz vem depois do hiroshima? Que mundo ideal teríamos se o dinhreio pudesse nos dar de fato aquilo que oferece... A liberdade? Esse mundo sufoca o homem, traz pára o extremo da resistência: só a arte poderia transceder as contradições do real e expô-las em sua estrutura estética. Mas só por conta da utopia que carrega...
Menezes
E isso você me esconde.
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