01/01/2008

Para Emily Dickinson

Vestir-se de acordo às cores das estações
- para não perder o tino do tempo - irreprimível,
saber se o branco dos olhos,
das espumas - e da luz -
é media exata para enfeitar-se,
iridescente,
ao cálido vapor da manhã.
Quando se casam
os amores do entardecer
com a angústia de acabar-se o dia...

Léo

3 comentários:

Fabi disse...

Uau!
É de quem???

Anônimo disse...

É do Menezes!
Acho que está muito bem expressado um sentimento de angústia e ao mesmo tempo de bem-estar nesse poema, principalmente nos últimos versos... um sentimento que quase não tem nome, essa coisa contraditória entre querer a noite ou ficar no dia... e ver beleza nas duas coisas. pra mim é perfeitamente a transcrição de uma melancolia boa, dessas que dão um aperto no peito, mas são necessárias. tudo isso em alusão à natureza, à fugacidade do tempo e à delicadeza do sensorial, em tão poucas palavras, só me faz dizer que é um poema concluído, a não ser mexido. (isso na minha opinião de leigo, de quem aprecia e sabe por quê, mas sem qualquer embasamento teórico).
abraços.
mandou bem!

Anônimo disse...

Uma reflexão das mais maduras sobre viver o presente, com todas as angústias e contradições que isso acarreta. Mas achei o final estranho...