13/05/2011

Sala de Espera

Esse não sei o quê não sei o que é,
Bate e cala,
(Bate o coração, mas a boca cala).
Espera de não saber o que esperar,
Nem de mim nem dos outros,
A vida bate ponto todo dia,
E ela não dorme comigo,
A vida não para nunca,
Eu mesma já desisti de acompanhar,
Mas esse não sei o quê sem fim
Insiste em perturbar minha paz de desistente,
Eu já disse que nem quero saber,
Mas a sala é de espera,
E eu estou sentada lendo uma revista,
Aguardando a minha vez,
(De quê eu não sei)
A vida me arrastou até aqui e não entende que eu já desisti,
Que eu preferia estar ao sabor do vento,
(Ah, lá fora pela janela eu vejo: tem um pipoqueiro me esperando).
Tomara que chegue logo a minha vez,
Eu detesto filas, detesto esperas, detesto revistas velhas.
Eu gosto é de sol, de infância, de circo chegando à cidade,
Em algum momento,
Ainda com sono,
Sem perceber,
Eu devo ter dito sim,
E vim parar aqui,
Eu juro que me enganei,
Mas parece que não dá para mudar de idéia,
(O pipoqueiro se foi, e eu aqui com uma vontade danada de correr atrás dele)

Um comentário:

Léo Menezes disse...

Então corre, guria, porque p cada sim que dizemos e que nos leva ao limbo, há uma porta para se dizer: pára o mundo q eu quero descer!
E a poesia é só mais uma delas!