15/02/2011

Pequenino

Cristal

envolto em máquinas,

sobrevive no resfolegar de

seu vapor mineral,

pequeno, pequeníssimo cristal,

liga seu inacreditável existir

ao dos homens,

conforme o milagre

da nascença – humana –

porque esse cristal não nasce,

nem brota, como brotam tantas coisas mais,

despercebidas, aleatórias.

Esse cristal reflete o medo do mundo

e seu tremendo gozo,

ou a ausência de dor,

ou o desamor

ou o desapego.

Esse cristal não é,

nunca foi,

algo de que pudéssemos falar

“pesa o dobro do que vale”

porque carrega propriedades

Que não são da pedra,

Pode sangrar, acreditar

E morrer.

Esse cristal é a essência do que

se faz essência, em nós,

e nossos olhos refletem,

cansados, a beleza exuberante

de suas curvas retilíneas,

de sua forma lindamente deformada.



Esse cristal pulsa a marca

do que nos iguala,

seu brilho

jamais é visto,

jamais.

5 comentários:

Léo Tavares disse...

muito bonito. ganha muito por clareza. lirismo comedido, eu acho. cristalino.

Anônimo disse...

Olá,

Somos do Café com Chewbacca e Carcaju e estamos dando uma passada para conferir também seu blog, e agradecer por nos seguir e acompanhar o Café com C&C!
Muito legal as coisas escritas por aqui...
Continue conferindo o blog, logo logo haverão muitas novidades!

Abraços,

Café com C&C

Myriam Rubis disse...

Cristalino e misterioso, um brilho oculto... Gosto muito, obrigada.

Léo Tavares disse...

nexo acabou? cadê todo mundo?

Ciro disse...

Leo, esse poema tá um pouco esquisito "deformado". Pra uma coisa tão cristalina, sugeriria forma mais redonda :)

Tiraria a última estrofe, que acrescenta muito pouco. Acho que teu diamente não foi devidamente lapidado, né?

"Forma lindamente deformada" é cacofônico!