medir o tempo pela própria ansiedade
éandarcomsapatosapertados
é imperioso
(ao menos para a poesia)
deixar
(pelo menos uma vez ao ano)
1) que os espelhos reflitam o que quiserem
2) que as bonecas brinquem com suas donas
3) que os cabelos se emaranhem ao vento, enlouquecidos
4) que se beba em uma xícara tão pobre que não tem nem pires (seu chão)
5) que se descubra vida dentro de um livro
6) que uma criança toque piano usando apenas dois dedos (um de cada mão)
7) que se jante ao ar livre
8) que as velas riam ao invés de chorar
9) que dois amantes se atrasem em ao menos uma das 52 segundas-feiras do ano
10) que um poeta tente fazer uma lista sem fim de inutilidades inadiáveis (quando é seu tempo)
11) que outro poeta continue essa lista, já que não tem fim.
6 comentários:
=]
Que os primeiros e simples prazeres não tenham fim!
Muito bom!
lindo. tem ecos de manoel de barros, é eiliko do começo ao fim, mas me remete a um wim wenders de asas do desejo (o que é sempre muito bom).
adorei.
:o)
E no turbilhão dos instantes um punhado de vida!
* que meu 2011 seja feito dessas inutilidades menino eiliko.
Um beijo.
Adoro vocês, poetas!
Eiliko
Maravilhoso.
Verus.
Essa eu não continuo! Faço!
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