O círculo a minha volta queima
as vozes de todas as histórias chamam
Ergo-me como uma árvore
A dúvida me impele à existência
De cima já não faço mais sentido,
Tornei-me todas as vozes, toda a história
Por flores tenho palavras
por frutos tenho atos
Vejo agora não um círculo, mas uma esfera
Ela pulsa, vermelha, efêmera
A tomo em minha mão
o desejo impele-me a mordê-la
e assim caio do céu
Ao chão aguarda-me o mundo, circular
envolve-me mais uma vez o absurdo,
minha imaginação torna-se o inferno
e assim caio de joelhos
Meus olhos, desfeitos, admiram o sol nascer
Ele traz devir ao colo, cruel
e assim sou embalado ao sono
Sonho agora que sou um outro
Um outro que um outro eu encontra
Me perco assim, desperto
e mais uma vez escuto vozes
Mas agora a história está plena
de imaginação ardente
O real tornou-se romance
A vida tornou-se arte
E eu um tolo personagem
que em breve não será mais ouvido.
2 comentários:
Gostei, meio odisséia, hehe
bem-vindo, pedro! belo texto! bjos
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