06/04/2010

Círculo Imperfeito

O círculo a minha volta queima
as vozes de todas as histórias chamam
Ergo-me como uma árvore
A dúvida me impele à existência

De cima já não faço mais sentido,
Tornei-me todas as vozes, toda a história
Por flores tenho palavras
por frutos tenho atos

Vejo agora não um círculo, mas uma esfera
Ela pulsa, vermelha, efêmera
A tomo em minha mão
o desejo impele-me a mordê-la
e assim caio do céu

Ao chão aguarda-me o mundo, circular
envolve-me mais uma vez o absurdo,
minha imaginação torna-se o inferno
e assim caio de joelhos

Meus olhos, desfeitos, admiram o sol nascer
Ele traz devir ao colo, cruel
e assim sou embalado ao sono
Sonho agora que sou um outro
Um outro que um outro eu encontra

Me perco assim, desperto
e mais uma vez escuto vozes
Mas agora a história está plena
de imaginação ardente
O real tornou-se romance
A vida tornou-se arte
E eu um tolo personagem
que em breve não será mais ouvido.

2 comentários:

Fabi disse...

Gostei, meio odisséia, hehe

Unknown disse...

bem-vindo, pedro! belo texto! bjos