27/02/2009

.

eras novo ainda
.

mal sabia reconhecer os teus própios erros


e o uso violento que de noite eu fazia deles

esta cama de minerais acesos

escrevo para despertar a fera de sol pelo corpo

escorrem aves de cuspo para a adolescência da boca

e junto ao mar existe ainda aquele lugar perdido

onde a memória te imobilizou

enumero as casas abandonadas ao sangue dos répteis

surpreendo-te quando me surpreendes

pela janela espio a paisagem destruída

e o coração triste dos pássaros treme

quando escrevo mar

o mar todo entra pela janela

onde debruço a noite do rosto tocado...me despeço

.

.
.
..........................................Al Berto

9 comentários:

Fabi disse...

Uau!
Adorei.
Essa frase é perfeita:
Quando escrevo mar
o mar todo entra pela janela

Bic disse...

Me tocou! Tem muito sentimento, me faz imaginar histórias, talvez parte de minhas próprias histórias...de amores... me lembra o fim...que é sempre um recomeço...me remete para o jogo que tem este sentimento, estas relações...amorosas.

Forte!
Apaixonante!!!

Anônimo disse...

Mas quem é al berto???

Anônimo disse...

Também gostaria de saber!!!

B.

Anônimo disse...

Al Berto foi um português porra loca - no melhor sentido da palavra. A rede tá cheia de sites sobre ele, v.g. http://www.astormentas.com/alberto.htm

Léo Menezes disse...

Massa!

Anônimo disse...

Não curti muito esse expressionismo esquizóide do portuga. "escrevo para despertar a fera de sol pelo corpo

escorrem aves de cuspo para a adolescência da boca" me soou meio over. Mas tá valendo!

Nexo Grupal disse...

gostei, em especial, dos três últimos versos... acho que a escrita dele tem esse "poder" de transmutar as palavras, em sinfonia. :)

Nexo Grupal disse...

ah, como n consigo colocar meu nome nos cometário, ficou anônimo... meu cometário é o de cima...
abraços, Kybelle :)