anunciada a revisão do que é nosso
ancoremos os pés na terra ceifada
como lagartixa que acompanha o rítmo das pegadas
ei você!
laceia o passo do outro
encontre no extra-muro o claro do seu mundo
ampliemos os cachos em dominó,
complementaridade.
ei nós e outros!
partilha de olhares,
sal e açúcar em fusão
confusão?
então não mexa não...
ei transeunte!
passa rápido não, mira.
degusta o caminhar de lados alheios,
desperte, aperte,
sorria.
ei passarinho!
vislumbra pena brilhante no despertar do sorriso.
voa leve voa longe,
distante do peso das mágoas,
e do carregar coração inchado.
ei árvore do cerrado!
me mexa, e revele.
me saúda com suas curvas,
me privilegie com sua sombra brisa.
ei você aí!
não me dá um dinheiro aí,
me dá o compromisso do coletivo,
a reflexão para o outro,
o não-caminho das artes ilhadas no seu plástico,
o aberto,
o belo feio do múltiplo,
o sereno.
e assim,
não seremos assim,
seremos traçado,
pinceladas conformes,
todas juntas,
dentro dos disformes.
Vitor Aratanha
6 comentários:
"lava uma mão lava outra"
Arnaldo Antunes
Ei você ai!
Não me dá dinheiro ai,
Só essa frase já me ganhou, adorei a tua brincadeira, adoro o teu tom nessa poesia, sempre brincando com a realidade, sem deixar de criticar.
Esse teu tema é tão bacana, porque é social e é romântico, não é frio, não é impessoal, acho que realmente as pessoas precisam olhar mais pro lado, mirar, fazerem parte do mundo sem excluir nada, dando o valor exato pra tudo.
Adorei de verdade.
Beijos
Vários sujeitos,
tão longe do mundo
deste que fala,
venham todos,
seremos aquilo que iguala a cor
dentro do que repele a dor,
em nome da sobriedade.
Ouçam então a vera luz,
que é o grito do prazer encarcerado,
penso que encontro,
pelo verbo, o modo,
de apaziguar todas as coisas,
ei você, retraído,
não esqueça,
grito no meio do mundo,
nada mais alto,
nada mais breve,
escute
e escolha o caminho...
menez4s
gostei muito, lembro do poema ter sido lido no último encontro, e agora, com calma e podendo refletir melhor sobre cada verso, volto a dizer que os seus poemas têm uma qualidade que eu prezo muito: eles crescem à medida que se atinge o fim do poema, acho que é uma facilidade natural para encontrar bons desfechos. e ele cresce também de outra forma: à medida que se relê. muito bom.
Adorei o "comentário" do Menezes.hehe
o comentário era do tavares
:-)
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