06/04/2008

Brotoejas em flor

Ah! Como eu gostaria
de saber pensar como sinto!
Dar uma palavra para cada sensação.
Uma sentença a cada crença.
Ajuizar todas estas sementes
que nascem e morrem em mim.

Esta roda sem-fim que gira
em girassóis demasiados:
A mirra precisando d'água,
o manjericão, de mais cuidado
e as flores, estas benditas flores,
a me exigir delicadezas que não tenho!

Durmam rosas sem-culpa!
Não há chuva de idéias
neste meu corpo cansado de supor.
Eu pressinto nossos dias!
Entreouço nossos andejos!
Vos ofereço água e saliva,
mas não sei, senão amor.

2 comentários:

Fabi disse...

Nanda, faltou você ontem!
Linda e amarga a sua poesia.
Isso do saber pensar como sente é muito realidade pra mim, adoro as tuas palavras, mesmo as melancólicas como estas.

Anônimo disse...

"Eu pressinto nossos dias!", a ordem é romper a pele, deixar de fora tudo aquilo que excede. Os sentimentos, a dor, o amor. As flores somos nós, tão delicados, ouvindo palavras incompreensíveis, à beira d'água, a meia-luz... A trasferência entre o que ouvimos (e falamos) e aquilo que expomos, em silêncio, pelo que conhecemos, e além...

Menezes