12/12/2007

Já não sou mais capaz de esvaziar as tardes.
Aqui em Brasília o céu azul pede quintal,
A música pede sorrisos,
Mas minhas mãos não...
(Minhas mãos tão feias),
Mãos que escondo dentro do ônibus
Ao lado de tantas outras tão cheias de anéis...
Estas pedem que eu fique aqui,
Buscando em um papel branco
Alguma palavra que nunca tenha sido usada
Algo grande, uma poesia que aguce todos os sentidos,
E eu, luto em vão com moinhos, em busca da tal palavra;
Que causa tantos efeitos
Mesmo sem acreditar que ela termine pousando na brancura do papel,
Como uma borboleta...
Por que a única coisa que sei é persistir.
Vez ou outra eu acendo um cigarro,
São nestas horas que tenho a nítida sensação que já não é necessário escrever,
Mas, ai o cigarro acaba, a lua me olha, e a poesia já não é mais esforço...

Fabi

2 comentários:

fernanda barreto disse...

fabi, tuas mãos, delicadas de escrever uma coisa bonita assim, merecem beijos.
;)

Anônimo disse...

Gostei muito! Diz muito.