08/11/2007

Novo dia



Para os oito anos entenderem um dia os demais...


O adeus um dia virá, não importa o quanto amamos
aqueles que chamamos de pares;
ele virá para ser completa a fantasia de reunir
nos gelos eternos
pequenos grãos de quentura
– irrompidos ainda –
que vibram às vezes no vento,
ou mergulharmos pesados no oceano de sóis
onde parece navegar tranqüila a paixão.

Para saber que tudo que sobe, antes de cair, estanca o movimento.

A sofreguidão de querer nunca ouvir
ou sentir ou saber do dia que tudo acaba
está dentro de nós, do que temos,
mesmo que bons possam ser os versos paridos de tanta dor,
desapegados, porém, dos incríveis homens de quem almejam o universo.

O amor, qualquer que seja,
criará outro céu,
onde cairão,
como num estranho reflexo,
as estrelas e os mundos
e tudo aquilo que nele vive;

suave, contudo, esta queda,
como o sol,
a repousar seu vôo
em espelho-molde tão ungido.

O adeus vai um pouco mais,
dá um passo além da história,
outro salto vertical,
nova ciência,
guarda em seu fim
a quimera de começos...

Flores na terra.
Flores enterram.
E brotam.
Quem acordará primeiro para o novo dia?

Nenhum comentário: