17/04/2008

ilusão

espia só este universo
que eu guardo em mim
e teus olhos ficarão
sobressaltados.

eu alimento fantasias demais
pro teu humor
de eterna terça-feira.

até meus fantasmas
se assustam
com minha altercação:
metade de mim,
domingo ensolarado.
a outra parte, escuridão.

macedônias de vozes
alteradas sussuram
gritos intermináveis
aos meus ouvidos
de ilimitada rouquidão.

e tudo me cansa em demasia.
até a preguiça matutina do amor.
não, não quero ser compreendida.
sou rebuscada em causa própria.

meu medo, meu bem, é que me entendas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ia postar um poema, mas a força dos verso da nanda arrebataram qualquer tentativa de compreensão. "e tudo me cansa em demasia.
até a preguiça matutina do amor.
não, não quero ser compreendida.
sou rebuscada em causa própria."
cara, acredite, sinto exatamente assim,
não entendo o que passa além do calor, a despeito de tudo que existe...

Menezes

Anônimo disse...

Mais um límpido e clarividente poema sobre o caos interno da nanda. E o paradoxo é sempre o melhor dos temas para a poesia... e nunca ele pareceu tão claro... é a prova de que a interioridade é inesgotável mesmo; mesmo que seja às custas da reiteração... :P